UC PROCESSOS PEDAGÓGICOS EM E-LEARNING 21-22
MPeL_Processos Pedagógicos em eLearning 2021
Tarefa 1 - Bibliografia Anotada com dois artigos
ARTIGO 1 - Rodrigues, P., & Lobato Miranda, G. (2013). Ambientes pessoais de aprendizagem: conceções e práticas / Personal learning environments: conceptions and practices. Revista Latinoamericana De Tecnología Educativa - RELATEC, 12(1), 23-34. https://relatec.unex.es/article/view/997
Neste artigo de 2013 os autores,
Pedro Rodrigues e Guilhermina Miranda, começam por estabelecer a definição de
PLE (Personal Learning Environments) ou em português (Ambiente pessoal de
aprendizagem). À data do presente artigo os ambientes PLE eram ainda pouco
explorados pelos docentes. “Em suma um PLE é um espaço
de aprendizagem gerido por regras pessoais que constituem a entidade de cada um
e onde se regista informação que se destina a ser partilhada, aperfeiçoada e
perpetuada como um bem comum.” pp.25.
Seguidamente no âmbito das opções metodológicas e
recolha e interpretação de dados do estudo, os autores relatam que se basearam
em inquéritos, assim entre 2011 e 2012, “Foram recolhidos 206 inquéritos
durante o período que decorreu entre 9 de Junho de 2011 e 15 de Março de 2012.”
pp27. Os autores propuseram como questão principal de investigação:
Como é que o PLE pode ser utilizado como recurso de
aprendizagem?
Cumulativamente formularam 3 questões mais especificas:
1. Qual a perceção dos profissionais de ensino sobre os ambientes pessoais de aprendizagem?
2. (Qual a opinião dos educadores sobre o eventual impacto do PLE no processo de ensino e aprendizagem?
3. Quais as características tecnopedagógicas
intrínsecas aos PLE que poderão ser capazes de inovar as práticas de
aprendizagens atuais
No que concerne às conclusões do estudo implementado, por inquérito,
os autores, à data, referem que os docentes, seja por lacuna tecnológica, pedagógica
ou institucional, não estavam dispostos a utilizar PLE no seu contexto docente
embora considerassem a mais-valia dos Ambiente
pessoais de aprendizagem (PLE) se aportados ao processo.
“Os dados apurados no questionário revelam que o
perfil «digital» dos educadores é pouco compatível com as características do
PLE e nem sempre estão providos da tecnologia necessária para criar um espaço
de aprendizagem baseado na Web.” pp 32.
O
meu comentário:
Os PLEs foram propostos 12 anos antes do presente estudo, no início do século XXI, “O conceito de PLE foi abordado pela primeira vez em Dezembro de 2001 por Bill Olivier e Oleg Liber, num documento intitulado por «Lifelong Learning: The Need for Portable Personal Learning Environments and Supporting Interoperability Standards»”. De facto, à data do estudo os PLE, não tinham representação mensurável no contexto de intervenção analisado, no entanto atualmente existe um número crescente de docentes que têm o seu PLE, embora muitos não o saibam, pois possivelmente desconhecem o conceito que o suporta.
Artigo 2 - Attwell, Graham. (2006). Personal Learning Environments-the future of eLearning?. ELearning Papers. 2. https://www.researchgate.net/publication/228350341_Personal_Learning_Environments-the_future_of_eLearning
Neste
artigo de 2007 o autor considerava, à data, que os PLEs (ambientes pessoais de
aprendizagem) assumiriam futuramente um lugar, talvez até de destaque, nos contextos de ensino e aprendizagem.
“This paper explores some of the
ideas behind the Personal Learning Environment and considers why PLEs might be
useful or indeed central to learning in the future.” pp1.
Attwell
relaciona o contexto de aprendizagem ao longo da vida com os PLEs e valida simultaneamente
a pertinência da aprendizagem em contextos menos formais e de múltiplas fontes.
“The idea of a Personal Learning
Environment recognises that learning is continuing and seeks to provide tools
to support that learning. It also recognises the role of the individual in
organising their own learning. Moreover, the pressures for a PLE are based on
the idea that learning will take place in different contexts and situations and
will not be provided by a single learning provider. Linked to this is an increasing
recognition of the importance of informal learning.”pp2.
O
autor contextualiza a mudança aportada pela “geração net” ou nativos digitais
na forma como utilizam as tecnologias digitais para aprender. “Slowly we are discovering - or rather learners are
discovering new uses of the technologies for learning. Instant messaging, file
sharing, social networking. And of course blogging. A growing number of reports
have documented how the so called net generation use computers in their
everyday life.”pp4.
Attwell
constata o papel das ferramentas web 2.0 e redes sociais na criação e partilha
de conteúdos. “Web 2.0 is a two way
process, allowing the internet to be used for creating and sharing information
and knowledge, rather than merely accessing external artefacts.” pp4.
Para finalizar,
o autor refere que os PLE’s são uma nova forma de utilizar as “novas
tecnologias”,TICs , para aprender e que os aprendentes serão forçosamente responsabilizados
pela construção do seu próprio conhecimento. “PLEs provide learners with their own spaces under
their own control to develop and share their ideas. Moreover, PLEs can provide
a more holistic learning environments, bringing together sources and contexts
for learning hitherto separate. Students learn how to take responsibility or
their own learning.” pp7.
O meu comentário:
Neste artigo de há 15 anos é contextualizado o presente e o futuro dos PLE’s, bem como as tecnologias indissociáveis, fruto da web 2.0, que permitem esta nova forma de aprender / ensinar. Passados 15 anos a realidade confirmará possivelmente, cada vez mais, a previsão indicada pelo autor no início do artigo.
Tarefa 1 - Bibliografia
Anotada com dois artigos
Artigo 1 - Oliveira, A.
(2021). A importância da educação à distância na formação do profissional de
pedagogia. In Revista Ponto De Vista n.º 10, Vol.1, pp- 1-18. DOI: https://periodicos.ufv.br/RPV/article/view/11803
Neste artigo a autora foca-se na educação a distância do profissional
de pedagogia, realizado através de uma pesquisa bibliográfica. A autora reforça
o papel da Educação a Distância na oferta de possibilidades formativas
adequadas às múltiplas exigências da sociedade atual, considerando que a EaD dá
resposta à necessidade imperativa da formação continuada na prática
profissional.
É afirmado que: “A EaD deverá constituir, no
futuro, uma parte natural da escola e da universidade, sendo definitiva a
utilização da tecnologia (…) proporcionando novos métodos de aprendizagem e
avaliação” (p.5).
Refere-se igualmente a relevância do papel do
tutor na EaD, como elemento ativo no sentido de provocar nos alunos vontade de
partilha e de reflexão, instigando a construção do conhecimento coletivo.
Confere ao tutor a função orientadora, através do desenvolvimento de
capacidades para a obtenção do crescimento intelectual e também através da
oferta de acompanhamento personalizado e contínuo.
No presente artigo é apresentada uma adequada fundamentação, mediante
o recurso a referências bibliográficas pertinentes e contemporâneas.
Enquadra-se nos atuais contextos: social e educativo. Não se limita a
referenciar as potencialidades do EaD decorrentes da eliminação de barreiras
temporais e geográficas, refere igualmente a implementação de novas práticas
pedagógicas derivadas das possibilidades oferecidas pelas tecnologias. O
próprio artigo destaca o facto de o conhecimento das conceções pedagógicas ser
relevante para as práticas educativas, salientando a sua relevância para a
organização de situações de ensino a distância, nas quais as interações com o
conhecimento levem à construção do conhecimento científico.
Artigo 2 - Anderson, Terry & Dron, Jon (2011). Three generations of
distance education pedagogy. IRRODL. http://www.irrodl.org/index.php/irrodl/article/view/890
Neste artigo o autor aborda três gerações no âmbito da pedagogia da educação a distância, não exclusivamente, como noutras abordagens existentes, na vertente tecnológica necessariamente associada, mas sim, mais no que concerne à pedagogia inerente a cada geração, Pedagogia Cognitivo-Comportamental, Construtivista Social, e Conectivista, o autor propõe uma abordagem com os seguintes pontos em cada geração/modelo:
- · A presença cognitiva no modelo
- ·
A presença social no modelo
- ·
A presença do professor no modelo
- ·
Forças e fraquezas do modelo
A educação a distância evoluiu
ao longo das três gerações acima referidas, acompanhando necessariamente a evolução
tecnológica, quanto às relações entre os atores no processo, professor, aluno e
conteúdos, foram-se reconfigurando ao longo desta evolução, sem assumir um
carater totalmente disruptivo, mas sim híbrido, pois foi construída tendo como base
o modelo anterior (p. 91).
É concluído que o modelo conectivista, em que o aluno permanece no centro do processo e conectado à construção do seu conhecimento, é fruto da evolução não disruptiva dos anteriores modelos, “It is clear thatwhether the learner is at the centre or part of a learning community or learning network, learning effectiveness can be greatly enhanced by applying, at a detailed level, an understanding of how people can learn more effectively: Cognitivist, behaviourist, constructivist, and connectivist theories each play an important role.” (p. 92)
Muito interessante a opção por estes artigos, até porque o primeiro aponta o futuro, na convicção de que caminhamos no sentido dos ecossistemas híbridos, nos quais a presença da tecnologia se fará sentir de forma efetiva, o que obrigará à adoção de estratégias pedagógicas devidamente adaptadas.
ResponderEliminarO segundo coincide com um artigo fundamental, pois que reflete sobre as diversas gerações do dito ensino a distância e sobre a importância que neles assumem as diversas dimensões dos intervenientes.